sábado, 18 de agosto de 2012

Como vencer o consumismo

Você, seu comportamento financeiro e o consumismo

Posted: 17 Aug 2012 10:27 AM PDT


Hoje em dia, presenciamos constantemente um padrão de comportamento financeiro se repetir: gastar mais do que se ganha. Tal modelo insiste em estar presente mesmo que o indivíduo saiba sobre esse princípio básico das finanças pessoais. Atualmente, apesar da infinidade de informações sobre planejamento financeiro, muitas pessoas fazem justamente o contrário e se endividam além da conta.

O comportamento de endividamento, inadimplência, culpa e frustração aprisiona o indivíduo no ciclo vicioso do ganha-perde. Saber que não podemos comprometer o orçamento inteiro parece não bastar para frear os instintos consumistas amplamente estimulados diariamente. Por que, você deve estar se questionando?

A questão envolve comportamento e o complexo universo interior humano. Para tentar deixar os fatos mais claros e encontrar algumas ferramentas que possam ajudar colocar as contas em dia, trago alguns pontos importantes desse quebra-cabeça chamado eu e meus motivos!

Por que compramos?
Compramos basicamente para satisfazer necessidades primárias, para obter prazer ou aliviar as dores. Com qual motivo você mais se identifica? Será que existe algum item comprado que carrega consigo pensamentos do tipo “podia ter deixado para depois essa compra”, “devia ter levado o outro mais barato”, “quando vou usar isso?”, “levarei uns meses para quitar essa dívida”, “fulano vai me criticar quando souber que comprei de novo”, “vou falar que ganhei de presente”, “e de novo me compliquei com o cartão de crédito”, ”mas eu estava precisando de um carinho” ou semelhantes?

O objetivo dessa reflexão é provocar um momento de conhecimento dos seus motivos para comprar e assim evidenciar ocasiões em que existe consumismo puro e simples no lugar de consumo consciente.

O consumo consciente traz consigo os benefícios de uma compra bem feita e prazerosa – o bem-estar e a tranquilidade de um bom negócio realizado, ao invés de um “peso” toda vez que olhamos para o bem adquirido. O peso é aquela história de olharmos para o produto e lembrarmos que ainda não pagamos todas as prestações ou nos arrependermos da compra, mesmo que esta tenha sido feita a vista e com um bom desconto.

O consumismo conta e se aproveita de nossa pouca paciência, irritabilidade, imediatismo, baixa tolerância à frustração, otimismo excessivo, ansiedade, pouco autocontrole, vergonha, contabilidade mental e o sentimento do “eu mereço”. Todas essas armadilhas estão presentes em nosso cotidiano e é preciso saber que elas existem para que o comando fique – pelo menos na maior parte do tempo – em nossas mãos.

Estarmos atentos aos nossos comportamentos nos leva a uma vida mais saudável financeiramente. O principal é buscar a coerência interior. Quando algo não vai bem, provavelmente tentaremos preencher o vazio ou disfarçar as dores comprando. Só que esse é um paliativo perigoso, pois traz consigo mais problemas futuros (a frustração pós-compra, o endividamento e o desperdício de dinheiro).

Qual é linha tênue entre comprar e poupar?
Via de regra, optamos pelo consumo imediato (e ficarmos felizes agora) e acabamos não pensando em todo tempo futuro que estaremos comprometidos com dívidas ou arrependimentos, o que poderá causar um grande incômodo. Motivações emocionais se sobrepõem às racionais em muitos momentos. Ficamos presos em situações repetitivas. A razão disso é nosso padrão interno, nossas crenças pessoais.

Para sair dessas situações, é preciso olhar para si e procurar encontrar os motivos (de novo eles), que são gatilhos para esses comportamentos não desejados. Está difícil se conhecer ou você acha que está tudo bem mesmo com seu orçamento comprometido?

Sugiro que você tente prestar atenção nas falas das pessoas de seu círculo de convivência, elas podem dar pistas interessantes sobre como você se mostra, como se comporta, como consome. Um exemplo são as famosas observações “comprou mais um?”, “isso é novo?”, “mas você precisava de outro?”, ”está podendo hein!” e por ai vai. Essas simples frases podem significar muito, então é bom ficar atento aos comentários!

Assim, preferimos comprar agora e deixamos para amanhã aquele investimento que há tempos ronda nossa mente. Sempre o depois, o amanhã sem data para chegar. Chega! Aceite que nossas atitudes imediatistas precisam dar lugar ao planejamento de longo prazo.

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