quinta-feira, 4 de outubro de 2012

04 de outubro- SÃO FRANCISCO DE ASSIS



São Francisco nasceu em Assis, na Itália, no ano de 1182. Seu pai era um rico comerciante de tecidos, o que permitiu a Francisco uma infância e juventude de fartura e a possibilidade de continuar o comércio, como era desejo de seu pai. [Teve à sua disposição uma vida bem sucedida e de prestígio junto aos homens, mas preferiu a gloria de Deus]

Quando jovem, Francisco sempre procurou a realização de grandes ideais, destacando-se junto aos amigos com muito entusiasmo. O dinheiro do pai ajudava em seus projetos - vestia as melhores roupas, dispunha de vinho e comida para promover festas entre amigos. Mas ainda assim buscava uma causa, um motivo forte que pudesse defender. [Idealistas como todos jovens;, insatisfação pessoal]

Devido às desigualdades sociais ocorreu uma revolta do povo contra os nobres da cidade de Assis. Francisco, assim como muitos jovens da sua época tomaram partido na causa social do povo. Em socorro dos nobres, Perugia, uma cidade vizinha mandou um exercito bem preparado para defender os nobres. Na luta sangrenta, Francisco foi preso (assim como os companheiros jovens de Assis) e dessa forma, permaneceu no cárcere por um ano. Seu pai pagou pela sua libertação. [procura por Ideais sociais]

De volta a Assis, doente, enfraquecido e sem projeto de vida, pouco tempo depois, Francisco se empenhou em outro ideal - a igreja buscava voluntários para as suas lutas em defesa dos territórios. Francisco, inspirado nas histórias de heróis e valentes cavaleiros, se inscreveu e se preparou com a melhor armadura de cavaleiro. [procura por Ideais de justiça]

Após a partida, na primeira noite em que o exército se reuniu junto à cidade de Espoleto, Francisco, novamente com febre e doente ouviu a Deus que lhe perguntou - "Francisco, a quem deves servir, ao Senhor ou ao servo? Ao Senhor respondeu Francisco! Então, por que trocas o Senhor pelo Servo? Francisco, compreendeu que deveria servir a Deus, abandonou o seu ideal de cavaleiro e retornou a Assis humilhado, recebendo as zombarias. [Despertar de sua vocação]

Francisco foi aos poucos se transformando. Passava muitas horas sozinho, buscava lugares isolados no campo e quando encontrava um mendigo, doava o que dispunha no momento. Aos poucos foi se habituando à oração. Na sua conversão, sofria as dúvidas e fraquezas humanas. Num momento difícil da sua vida, Francisco encontrou-se no caminho com um leproso, e diante do horror das feridas e do odor, pensou em fugir. Movido por um grande amor, venceu o obstáculo, voltou-se para o leproso, e o abraçou e beijou, reconhecendo nele um irmão. [Aprofundamento da sua vocação pela oração, e exercício da espiritualidade fraterna e do amor]

Numa ocasião também importante, achava-se em oração na Igreja de São Damião - uma capelinha quase destruída - e olhando o crucifixo e examinando as paredes caídas ao redor, compreendeu o pedido de Deus. "Francisco, reconstrói a minha Igreja!" [resposta para uma missão]

Para empreender o projeto de reconstruir a Igreja, Francisco retirou recursos do pai. Este, já enfurecido pelas atitudes de Francisco e prevendo o risco de perder o patrimônio nas mãos do filho maluco, abriu um processo perante o Bispo para deserdá-lo. Diante das acusações do pai, na frente do Bispo, e de todos, Francisco tirou as próprias vestes, e nu, as devolveu ao pai dizendo - "Daqui em diante tenho somente um pai, o pai nosso do céu! " [desapego às coisas do mundo, total dedicação a Deus]

Francisco passou a reconstruir as igrejinhas caídas, com o seu próprio trabalho, assentando pedras, comendo do que lhe davam na mendicância da rua, e adotou como vestes trapos de eremita. [Conversão no modo de vida]

OS IRMÃOS / DEFINIÇÃO DOS CARISMAS

Depois que reconstruiu a Igreja de São Damião, restaurou também uma capela próxima aos muros de Assis e uma outra, a Igreja de Santa Maria dos Anjos, conhecida como porciúncula (que significa pequena porção de terra). Nesta, São Francisco decidiu permanecer, armando ao lado uma choupana para dormir. [Um simples "lugar" no mundo, sem constituir posses]

Com o tempo São Francisco compreendeu que deveria reconstruir a Igreja dos fieis e não somente as Igrejas de pedra. Durante uma missa na leitura do Evangelho ouve e compreende que os discípulos de Jesus não devem possuir ouro, nem prata, nem duas túnicas, nem sandálias... que devem pregar a Paz e a conversão. No dia seguinte os habitantes de Assis viram-no chegar, não mais com roupas de eremita mas com uma túnica simples, uma corda amarrada à cintura e os pés descalços. A todos que encontrava na caminho dizia. A paz esteja com vocês! [Vida de apostolicidade, peregrino]

São Francisco passou a falar da vida de Evangelho nos lugares públicos de Assis. Falava e agia com tamanha fé, que o povo que antes o zombara, agora o ouve com respeito e admiração. E assim, o bom Deus, quis que São Francisco tivesse irmãos de conversão. Aos poucos suas palavras foram tocando os corações - o primeiro foi Bernardo um nobre e rico amigo seu; depois Pedro Cattani. Estes, agindo conforme diz o evangelho, doaram tudo o que tinham aos pobres.. [Vida em Fraternidade, partilha, pobreza, desapego dos bens materiais]

Quando o grupo chegou a 12 irmãos, São Francisco decidiu ir até Roma e pedir ao Papa autorização para viverem a forma mais pura do Evangelho, conforme o desejo e a escolha que fizeram. O Papa achou que seria muito duro para eles esse modo de vida, porém deu permissão e também autorizou que eles pudessem pregar. Durante esse período de visita, o Papa teve um sinal profético e reconheceu em Francisco, o homem que em seu sonho segurava a Igreja como uma coluna. [Uma regra de vida segundo o próprio Evangelho, Formação da ordem I, Adesão a Igreja]

Muitos outros Irmãos foram se juntando ao grupo, desejando viver conforme Francisco. Os frades fizeram suas habitações em choupanas ao redor da Igrejinha da Porciúncula. Dividiam as atividades entre oração, ajuda aos pobres, cuidados aos leprosos, e pregações nas cidades, também se dedicavam às atividades missionários, indo 2 a 2 a lugares distantes e pagãos; eram alegres, pacíficos, amigo dos pobres .[Atividades e valores Franciscanos].

Uma grande preciosidade para São Francisco e a Ordem dos Frades Menores veio de uma jovem, de família nobre de Assis, chamada Clara. Ela procurou Francisco pedindo para viver o mesmo modo de vida, segundo o Evangelho. São Francisco ponderou sobre as duras condições que ela estaria se submetendo, mas a recebeu com grande alegria. Clara, depois de se alojar temporariamente num convento Beneditino, foi morar no conventinho ao lado da Igreja de São Damião, (que Francisco havia reconstruído). Ela ajustou o modo de vida dos Frades, para mulheres e recebeu, por sua vez, muitas companheiras de conversão. [Ordem II, igualdade de diretos homens e mulheres].

Muitos Cristãos ouvindo São Francisco, decidiram seguir o seu exemplo e ensinamento, alguns pediam conselhos, e São Francisco os orientava conforme o estado de vida de cada um. Para uma mulher e seu marido, que o procuraram, São Francisco recomendou servir ao Senhor permanecendo em casa. [Pensamento de Francisco que justifica a posterior criação da OFS]

DE ASSIS PARA O MUNDO / FRANCISCANOS HOJE

São Francisco assistiu ao crescimento da Ordem, que se espalhou por diversas partes do mundo. Embora a velhice não tenha chegado, seu corpo frágil se debilitou, agravado por um problema nas vistas que o deixou quase cego. [Embora doente, São Francisco sempre esteve pronto para o trabalho, principalmente a Evangelização].

Em certos períodos São Francisco se isolava para orações e jejum. Numa dessas ocasião, num monte chamado Alverne, de rochas gigantescas e escarpadas, o bom Deus quis que ele, que tanto buscou se assemelhar a Jesus, tivesse igualmente as feridas da crucifixão. Com muita dor mas intensa alegria, por ter as marcas de Jesus no próprio corpo, São Francisco recebeu as feridas que se mantiveram vivas até o fim de sua vida, 2 anos depois. [Coroamento de Deus, principalmente uma resposta pela sua fé]

Quando desceu o monte, ele que sempre quis caminhar a pé, se permitiu montar num burrinho, tal era a sua debilidade. Quando ele se aproximava das cidades, uma multidão já o aguardava - o povo, principalmente os pobres e doentes, desejava ir ao encontro de São Francisco. [Misericórdia, vontade de estar junto ao povo]

Pouco antes de morrer, de passagem por São Damião para despedir-se de Clara e suas irmãs, seu estado se agravou e ele teve que passar a noite ali, numa choupana, sob condições de intenso frio. Pela manhã São Francisco cantava um cântico que compôs em louvor a Deus, e que chamava de Irmão o sol, as estrelas, a lua, a terra, o vento e todas as criaturas. [Universalidade de São Francisco, visão do total, respeito a todas as criaturas]

Numa choupana junto à Porciúncula, no anoitecer do dia 3 de outubro de 1226, São Francisco pede aos irmãos que o dispam e o coloquem nu no chão, sobre a terra. Recitando o Salmo 142, que os irmão acompanhavam lentamente, São Francisco morreu cantando.

Fonte: www.ciofs.org

04 de outubro- Dia de São Francisco

04 de Outubro

São Francisco de Assis era filho de uma abastada família de comerciantes. Aos 20 anos abandonou luxo e riqueza para servir doentes e pobres. Um dia, quando meditava, ouviu uma voz que lhe dizia: "Vá escorar minha igreja, que está desabando".

Com a renúncia definitiva dos bens paternos, aos 25 anos Francisco deu início à vida religiosa: Primeiro como eremita, depois como pregador e finalmente, já debilitado pelas duras penitências, Francisco buscou a configuração a Cristo, fisicamente até, com o recebimento dos estigmas (chagas da crucificação).



São Francisco de Assis foi consagrado o patrono maior da Itália pelo papa Pio 12 e é tido como o protetor dos pássaros.

Cântico das Criaturas

Louvado seja Deus na natureza,

Mãe gloriosa e bela da Beleza,

E com todas as suas criaturas;

Pelo irmão Sol, o mais bondoso

E glorioso irmão pelas alturas,

O verdadeiro, o belo, que ilumina

Criando a pura glória - a luz do dia!

Louvado seja pelas irmãs Estrelas,

Pela irmã Lua que derrama o luar,

Belas, claras irmãs silenciosas

E luminosas, suspensas no ar.

Louvado seja pela irmã Nuvem que há-de

Dar-nos a fina chuva que consola;

Pelo Céu azul e pela Tempestade;

Pelo irmão Vento, que rebrama e rola.

Louvado seja pela preciosa,

Bondosa água, irmã útil e bela,

Que brota humilde. É casta e se oferece

A todo o que apetece o gosto dela.

Louvado seja pela maravilha

Que rebrilha no Lume, o irmão ardente,

Tão forte, que amanhece a noite escura,

E tão amável, que alumia a gente.

Louvado seja pelos seus amores,

Pela irmão madre Terra e seus primores,

Que nos ampara e oferta seus produtos,

Árvores, frutos, ervas, pão e flores.

Louvado seja pelos que passaram

Os tormentos do mundo dolorosos,

E, contentes, sorrindo, perdoaram;

Pela alegria dos que trabalham,

Pela morte serena dos bondosos.

Louvado seja Deus na mãe querida,

A natureza que fez bela e forte:

Louvado seja pela irmã Vida

Louvado seja pela irmã Morte.

Amém

Fonte: www.culturabrasil.org