segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A MELHOR IDADE



Uma das preocupações mais comuns, especialmente a partir de uma certa
etapa da vida, é a da idade.
No começo tudo é euforia e esperança. A criança sonha fazer oito anos,
depois fica torcendo, especialmente se é menina, para os sonhadores
15 anos. A partir daí começam as hesitações. Há os que esperam pelos 21:
há os que temem a chegada desta data. Depois a corrida se acelera. Chegam
os 30 anos e, um pequeno descuido, entra-se na casa dos 40,"onde a vida
começa",dizemos para nos consolar. E a corrida, além de irreversível,
parece cada vez mais rápida... até que, num ponto qualquer, a contagem
é interrompida para sempre.
Falando em idade, a atriz Tônia Carrero, aparentemente sempre jovem,
confessa: "Olha, quando fiz trinta anos, o golpe foi enorme. Fui para
a praia, andei, andei, sem saber o que faria a partir de então. Eu era
muito superficial e vaidosa. Os contornos de minha personalidade ainda
estavam indefinidos. Aí cheguei aos 40 e foi simplesmente aterrorizante.
Pensei: é agora ou nunca mais. Jurava que morreria de dor, quando
fizesse os 50. Pois o meio século chegou e foi o tipo parto sem dor. Eu já
aprendera tanto. " A vida, continua Tônia, é um dá lá,toma cá: vai
roubando, por exemplo, vantagens físicas, mas simultaneamente nos
dá novas qualidades... Não somos coitadinhos porque estamos envelhecendo.
Somos privilegiados porque, com a idade, nosso interior só faz melhoras".
Desde que nascemos, começa a corrida para a morte. Desde que nascemos
começamos a envelhecer. Mas não está escrito em nenhum lugar que uma idade
é melhor que a outra. Todas as idades são boas. A melhor idade é aquela
que temos agora.
Hoje, existe o culto da juventude. Mas ela, por definição, é breve.
É apenas a aurora que anuncia o dia pleno da maturidade. Mas o por do sol
também é bonito.
Assumir a idade que temos é uma questão de sabedoria. Precisamos assumir o
tempo que passa, assumir as rugas do rosto e a fraqueza do corpo. mas
não esquecer que o interior não envelhece. A medida que o tempo passa, vamos
amadurecendo ou,ao menos, podemos fazer isso.
Vamos esquecer o calendário e a matemática. vamos viver em plenitude a
idade que temos agora; é a melhor. A alma não envelhece; ela se torna mais
rica. Depende, porém, do tratamento que lhe damos.
Autor: Aldo Colombo